‘Com amor, Van Gogh’ é um daqueles filmes que todo apaixonado por cinema deve ver.
Para levar ao cinema a biografia do pintor holandês foram quase seis anos de trabalho feito por mais de 100 profissionais. Este é o primeiro filme feito todo com pinturas à óleo. São 65 mil quadros em uma animação de 98 minutos.
O longa-metragem de Dorota Kobiela e Hugh Welchman, diretores e roteiristas, veio após a leitura das aproximadamente 800 cartas escritas por Vicent Van Gogh ao seu irmão Theo.
A história é bastante simples, um pouco mecânica, basicamente contada pelas pessoas que viveram com Vicent Van Gogh nos seus últimos seis anos de vida. Armand Roulin, o filho do carteiro é incumbido pelo pai a ir deixar a carta em mãos e sai ao encontro do destinatário Theo Van Gogh, ao descobrir que ele também está morto resolve continuar a empreitada para conhecer mais pessoas e assim saber a quem entregar.
A cada pessoa encontrada uma parte da história é contada, um ponto de vista sobre quem era Vicent é exposto, como se fosse uma volta ao passado, cheio de memórias. O mistério está em saber se foi suicídio ou assassinato e a beleza está em acompanhar o desenrolar da história por meio de pinturas que usam a mesma técnica que o pintor (expressionismo) e as cores de suas telas, além disso, o diálogo nos leva por um caminho reflexivo ao ver Vicent apenas como um homem atormentado pelas dificuldades do cotidiano e em busca de um paz que só obtinha em meio às tintas.
A produção da animação, extremamente trabalhosa, tem o roteiro com muito didatismo e em alguns momentos nos faz questionar os motivos que levam o filho do carteiro a querer entregar uma carta deixando para trás seu próprio emprego…As cenas em preto e branco com a diminuição de luz parecem se aproximam do cair e levantar das cortinas no teatro.
‘Com amor, Van Gogh’ é um filme para ser visto nas telas de cinema, mas às telas menores não roubam a poesia das pinturas e agora ele pode ser encontrado no catálogo da Netflix.