Adoráveis mulheres (2019)
Direção: Greta Gerwig
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Soube recente que a Greta Gerwig quis fazer Little Woman antes de Lady Bird. Uma pena Tom Rothman (diretor do grupo Sony) não ter autorizado na época… talvez sua direção tornasse a produção mais estrondosa no auge do movimento #Metoo.
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Os filmes da Greta são sobre amadurecimento e emancipação de mulheres, pelo menos foi isso que ela nos apresentou na direção com Lady Bird (2017), Little Woman (2019) ou mesmo como atriz, em Frances Ha (2013). Eles deixam sempre aquele final agridoce, de quem cumpriu uma jornada cheia de percalços até alcançar o sonho e ao chegar, já está inteiramente pleno apenas pelo caminho.
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A história das quatro adoráveis mulheres flui e a escolha da diretora de contar em duas linhas temporais engrandece sua tentativa de mostrar o amadurecimento feminino.
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Se em uma mostram jovens moças no auge de suas vidas, cheias de energia e decisões a tomar, em outro momento, anos depois, são apresentadas colhendo as consequências de suas escolhas. A mudança pode nem ser percebida por quem estiver desatento, tamanha a sutileza da transição das cenas.
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A problematização maior da última produção é em torno das “pitadas” de feminismo que ora abordam casamento como acordo econômico, ora colocam uma mulher culpada por desejar um vestido novo. Apesar de Timothée Chalamet ter destaque na trama, o roteiro conseguiu, felizmente, impedir que o filme se tornasse um disputa feminina por Laurie, seu personagem. Já a fotografia da produção é de Yorick Le Saux e apresenta uma paleta riquíssima.
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Fato é que em apenas 3 anos Greta dirigiu dois filmes e garantiu que ambos fossem indicados à categoria de Melhor Filme no Oscar, embora seu desempenho só tenha sido indicado por Lady Bird (que tem resenha aqui!)
