Recém-chegado à Netlix, esse filme marca a despedida do ator Daniel Day-Lewis dos cinemas. O longa também concorreu ao Oscar 2018 em seis categorias, entre elas estão melhor filme, ator e diretor.
A produção com ares sofisticados se destacou por contar a história de Reynolds Woodcock, um famoso estilista (fictício) dos anos 50. Mas não se engane, este não é um filme sobre moda.
Vamos à Sinopse:
Nos anos 1950, Reynolds Woodcock é um renomado e confiante estilista que trabalha ao lado da irmã, Cyril, para vestir grandes nomes da realeza e da elite britânica. Sua inspiração surge através das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Mas tudo muda quando ele conhece a forte e inteligente Alma, que vira sua musa e amante.

Reynolds Woodcock nasceu com o gene criativo, é capaz de dedicar a vida à obra e não se importar com mais nada. Esse homem é fechado, poucos amigos, extremamente exigente e frio. Sabe do seu talento, do poder que exerce por meio das suas criações e do fã-clube dos seus clientes. Ele realiza sonhos que são entregues constituídos de fios e horas de costura, vestidos de festas e ternos esculpidos para a aristocracia do século XX.
Com o tempo ele conhece a jovem Alma, delicada, gentil, sensível, apaixonada e a partir daí cria uma relação um tanto enigmática, distante, subversiva, beirando ao abuso… A direção do Paul Thomas Anderson consegue trazer seja pelo cenário, pelos diálogos de insatisfação e distancia a relação de um casal que nunca foi ao certo uma relação romântica uma parceria suportável.
O filme se concentra nesse comportamento de Woodcock e o complexo de édipo é evidenciado nas referências à sua mãe, na substituição de Cecyl e no ambivalente tratamento a Alma.
Há ainda os momentos de profunda imersão depressiva do gênio. Ele que era de poucas palavras, se cala e esconde no escuro do quarto por um tempo. Um comportamento insuportável durante seu processo criativo e exigências metódicas até mesmo no corpo de suas clientes, como bustos e quadris adequados para compor.
Uma mistura de complexo de Édipo com a sutileza de um relação que se torna tóxica.
Eu disse que não era sobre moda, mas como falar dele fungindo do tema, né? O filme é inspirado em Charles James, o designer britânico dos anos 40 famoso por seus vestidos os quais desfirlaram no corpo de Millicent Rogers, Marlene Dietrich. Deixo aqui um link com as produções dele:
https://www.metmuseum.org/toah/hd/cjam/hd_cjam.htm
*Segundo a psicologia de Sigmund Freud, o complexo de Édipo se tornou um termo usado para descrever os sentimentos de um menino e sua mãe, isto é, o desejo pela mãe e o consequente ciúme que ele sente do pai que pode ser aplicado em diversas situações familiares e se refletir na personalidade da pessoa já adulta.