Estamos em 1941, prestes a eclodir a Segunda Guerra Mundial.Napoleão V reina na França. Há mais de 70 anos, misteriosamente, os cientistas começaram a desaparecer. Nesse cenário, a pequena Abril consegue fugir enquanto seus pais são capturados por capangas do governo para experimentos bélicos. Ela cresce apenas com a companhia de Darwin, seu gato falante e ao se tornar adulta decide ir em busca de respostas sobre a vida de seus familiares.
É essa instigante sinopse que me atraiu no filme. A produção francesa é uma animação que fez parte do Festival Varilux de Cinema Francês no ano de 2015 concorrendo na categoria Animação e agora está disponível para ser assistida gratuitamente.
Com pouco mais de 2h de duração, o longa é um prato cheio para quem gosta de química e biologia e história. Dirigido por Christin Desmares e Franck Ekinci, o roteiro idealista fica por conta de Bejamin Legrand e Ekinci.
Alguns pontos abordados são extremamente ricos para entender o passado e vislumbrar o futuro. Na era pré-industrial na qual se passa, o uso do carvão mineral e vegetal destrói todo tipo de flora existente. Isso deve-se a falta de investimento em ciência, uma vez que todos os cientistas foram cooptados ou sequestrados para cuidarem do desenvolvimento do exército e deixaram o resto do mundo preso na era do vapor, atrasando o descobrimento da eletricidade.
Nesse mundo, árvores são vistas em museus, livros de ciência são confiscados, estudos e experimentos em casa não são permitidos e qualquer atividade que não seja em nome do governo é considerada ilegal.
A fantástica aventura da jovem Abril, que recebeu a voz de Marion Cotillard (Batman, A origem), é rica em conteúdo histórico, fantasia, futurismo e força no personagem feminino.