Antes de qualquer coisa eu quero dizer que gostei de Enola Holmes e dividir em dois rápidos parágrafos a minha opinião sobre ele.
Neste primeiro devo dizer que gostei da abordagem mais feminista da protagonista. Enola consegue alcançar um público juvenil e inseri-lo nesse momento de expansão dos espaços e poder femininos. O direito às suas escolhas e a luta pelo coletivo caem muito bem com a interpretação da mãe que educa para a independência, além das cenas com quebra da quarta parede e estilo narrado que agradam bastante.

Uso esse segundo para relatar minha decepção com a figura de Henry Cavill como Sherlock. Fico muito incomodada com o esforço que parece fazer para não se importar com nada mesmo estando em casa e com a missão de achar mãe e irmã, algo sentimentalista demais para ele. Poderia ser uma outra abordagem, quem sabe uma conversa por cartas…
Entretanto, já era esperado que o longa focasse em Enola, a irmã mais nova e esperta de Sherlock Holmes, mas ainda foi duro pra mim vê-lo como coadjuvante num filme que carrega seu conhecido sobrenome.
Enfim, Enola vem trazendo mudanças à história dos Holmes e reafirmando o protagonismo feminino em todas as idades.
Vale ressaltar que Enola, ao contrário de Sherlock, não é uma criação do Sir Arthur Conan Doyle – mas uma narrativa desenvolvida por fãs do autor após a sua morte, em 1930.
A narrativa que conhecemos no filme da Netflix foi criada em 2006, é sobre uma jovem que às vésperas de seu 14º aniversário descobre que sua mãe sumiu. Para encontrá-la, ela conta com a ajuda dos irmãos Sherlock e Mycroft (os dois criados por Doyle).
Essa é a história criada pela escritora Nancy Springer e descrita no livro ‘O caso do marquês desaparecido’, com a diferença que no ao adaptar para as telinhas, Enola está prestes a completar 16 anos.
