Em 1986 Maryl Streep e Jack Nicholson estrelaram esse filme que me deixou particularmente comovida.
No roteiro espetacular da Norah Ephron conhecemos a Rachel, uma jornalista de culinária e o Mark, um colunista político que se apaixonam, se casam, compram uma casa e têm uma filha. Simples. Mas com profundidade dos protagonistas ficou tocante.
Rachel já está em seu segundo casamento, escritora e aparenta ter seus 35 anos, mas parece absurdamente insegura na decisão, tanto que chega a ser forçoso ver Maryl interpretando como se como uma jovem de 18 anos, totalmente perdida. Gastamos praticamente toda a primeira meia hora do filme nessa decisão.
No ano de lançamento Meryl já tinha 37 anos e acumulava seis indicações ao Oscar, já Nicholson estava com 49 anos e parece o mesmo caricato de sempre.

Por favor, se você não viu o filme, pare por aqui. CONTÉM SPOILER.
Mas o que me chamou a atenção foi a sequência final. As conversas femininas sobre casamento, traição e reconciliação. Em duas horas o longa consegue comover pela forma de entrega, de dúvidas, de restauração de um casamento, ao mesmo tempo que entrega a fragilidade feminina na relação, apresenta a perda de fé e admiração de um no outro e o final melancólico das relações que se passam no filme.
É tão surpreendentemente realista que não surpreende ser real. Dizem que o que vemos no cinema é a representação real do que foi a relação da escritora Nora Ephron e do jornalista Carl Bernstein, muito famoso pelo Caso Watergate. Nora lançou o livro em 1983 após o término do seu segundo casamento.
A comédia romântica que eu gosto muito, inclusive, chamada Harry e Sally – Feitos um para o outro( 1989), também foi escrita por ela, mas não deixa um gosto amargo ao final, pelo contrário é uma delícia de assistir e corrobora para mostrar o talento da escritora ao contar histórias de relacionamentos seja nos livros ou nas telonas.

Como sugestão para conhecer um pouco mais do talentoso ex-casal, é possível alugar o filme Todos os Homens do Presidente (1976). O longa conta como os dois repórteres do prestigioso jornal Washington Post foram desvendando o caso Watergate, que levaria à renúncia do presidente Richard Nixon. Lá, o jornalista Carl Bernstein, ex-marido de Nora e inspiração de Nicholson para seu papel como Mark, é interpretado por Dustin Hoffman.

Vale dizer que depois de ‘A difícil arte de amar’, Jack Nicholson e Meryl Streep voltariam a trabalhar juntos somente anos depois em Ironweed (1987), dirigido por Hector Babenco (o mesmo diretor de Carandiru).