Paris, 1967. Essa é a cena que nos introduz e situa na vida da vida de Beth Harmon, protagonista da nova minissérie da Netflix, O gambito da Rainha (The Queen’s Gambit).
Assim como em um jogo de xadrez a série é silenciosa e vai revelando aos poucos a perspicacia e facetas dos personagens. Anya Taylor-Joy é quem interpreta nossa jovem gênio do xadrez Beth Harmon na década de 1950.
A narrativa acompanha Beth desde os 7 anos quando perde os pais em um acidente de carro aos 7 anos e elevada para um orfanato só de garotas, é lá que ela desenvolve dois vícios que levará ao longo da vida, o Xadrez, que aprende com o zelador, e as pílulas calmantes que recebia para dormir. O desenrolar dos episódios passam pelas descobertas femininas, as dificuldades de interação social e sua transformação em um fenômeno como enxadrista feminina.
Introvertida, segura, espera e pouco dada a sentimentos, demora bastante para ela poder dar seus primeiros passos na vida sentimental. Depois de adotada, aos 15 anos, ela passa a desenvolver mais sua parte afetiva, não há lágrimas, sorrisos efusivos, mas Beth consegue cativar com sua introspecção, determinação. É essa independência que traz à série um dos pontos mais bonitos, sua relação com a mãe e a força que uma dá a outra para sobreviver num mundo dominado por homens.
O nome da série é o mesmo de uma jogada, ‘gambito’ ocorre quando um jogador arrisca estrategicamente um peão para conseguir vantagem em relação ao adversário.
A setor e baseada em um livro de Walter Tevis, lançado em 1983, mas só começou a ganhar as primeiras filmagens em 2018 com a adaptação de Scott Frank e Allan Scott até chegar em outubro de 2020 aos espectadores, visualmente bonita e com uma mise-en-scène muito boa, além de uma história que nos dá curiosidade a cada episódio.
A produção agradou tanto que chegou a ter 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
AGRIDOCE 