Sweet tooth

A capa é bonita, mas nem se compara ao conteúdo.

Vou logo contar que fui fisgada pela narração. Amo coisas narradas, sinto que estou sendo conduzida pela mão, que tô pertinho de alguém que sabe das coisas e vai me contar tudo.

Em Sweet Tooth é assim. Caso você assista dublado o nome não será dos melhores, terá que ouvir várias vezes ele sendo chamado de “bico doce”, na melhor das hipóteses é engraçado…A série chegou no dia 4 de junho na Netflix e conta a história de um menino que é metade humano, metade cervo e todo coração. Copiei a sinopse porque realmente atende. Ele é isso.

Mas não é aqui que essa história inicia.

A beleza dos cenários e fotografia são chover no molhado, aqueles tons de amarelo nos fazem ter sempre a sensação de dias ensolarados quando estamos assistindo a maravilhosa vida na floresta, as lições de cada episódio são um ganho extra da produção. Há ainda o entrelaçamento das histórias que a gente nem espera e digo isso porque mesmo vendo a gente fica tão envolvido que nem espera nada mesmo, só vai apreciando e se aventurando junto com o Gus (Christian Convery), SIM, esse é o nome do nosso pequeno protagonista.

Poderia chamar de gigante, mas lembrei que ‘Grandão’ é o apelido do protetor que Gus encontra pelo caminho. Sem confusões, né. Já basta o que acontece em cada episódio da vida dos humanos depois que eles são atingidos pelo flagelo. Junto com o flagelo há uma contaminação que traz mutações às crianças, uma espécie de vírus altamente contagioso que não se sabe se chegou com o flagelo, foi causado por ele ou atraiu ele. Muitas teorias.

Os bebês que nascem nesse tempo de primeira onda apocalíptica são chamados híbridos, pois são metade humanos e animais. O narrador é o James Brolin e dá aquela atmosfera de esperança, sensatez e paz. Gus não viverá um conto de fadas, mas uma vida real na qual terá dificuldades, só que contará com a ajuda de amigos que vão suavizar o caminho.

A forma como a produção trabalha a ideia de epidemia de um vírus do qual ninguém sabe de onde veio, que as pessoas devem se manter distantes e se preciso matarem seus parentes e vizinhos com suspeitas, chega a ser assustadoramente parecido com o que vivemos atualmente com a pandemia de Covid-19.

Outro ponto que merece elogios é a trilha sonora alto astral, indie e motivante, inclusive, segue o link aqui embaixo.

Até aqui, se você não entendeu ainda nada da sinopse, eu te explico. Há dez anos houve na terra o chamado “Grande esfacelamento” ninguém sabe como ou os motivos que levaram aquilo a acontecer, mas uma coisa é certa, tudo mudou. No meio disso vieram os bebês, só que nessa atmosfera de medo, insegurança e desconfiança, as pessoas se tornaram muito más e, sem saber quem culpar por tantas mortes e destruições, culparam as crianças que passaram a ser abandonadas, mortas ou enjauladas…. Acho que você precisará ver a série, sério, é legal!

SWEET TOOTH (L to R) AVA DIAKHABY as HEAD NURSE in episode 101 of SWEET TOOTH Cr. COURTESY OF NETFLIX © 2021

Vale ressaltar que a série é inspirada em uma HQ escrita por Jeff Lemire e lá as coisas eram bem mais sombrias e não tão ensolaradas e doces como vemos na Netflix.

Devo dizer que não me sentia conduzida assim e fisgada por uma ficção infantil desde Nárnia. Como disse, as lições são um ganho e se você, pegaria um caderninho para anotar cada frase do narrador, separei algumas aqui:

Às vezes, tudo o que um menino tem é sua imaginação.

O fim do mundo tem uma maneira engraçada de fazer conexões.

Grandes líderes são criados nos lugares mais inesperados.

Há momentos em nossas vidas em que a vida é gentil conosco, em que recebemos um segundo a mais, um minuto a mais, um momento a mais com aqueles que amamos.

Se conseguirmos enxergar além do medo, vamos descobrir o que realmente importa. E aprendemos que, às vezes, as coisas que nos afastam também podem nos aproximar.

Série: Sweet tooth

Episódios: 8 (50min)

Temporadas: 1

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