45ª Mostra – Pegando a estrada

Confesso que fui mais pela experiência ao ar livre que pela próprio filme e para minha surpresa, eu amei mto o longa exibido 🙂

Rayan Sarlak é um prodígio que brilha sozinho no longa iraniano ‘Pegando a estrada’. Exibido no Festival de Cannes e de Londres, o filme está em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de SP .

Pegando a estrada se passa em uma grande e incomoda road trip na qual uma família composta por 4 pessoas viaja junta e expõe seus sentimentos confusos.

Temos dois irmãos completamente diferentes, enquanto o mais velho é quieto, distante e de poucas palavras, o menor, parece ter pouco mais de 8 anos, é expansivo, não para de falar e arranca risadas do público desde as primeiras cenas com suas preocupações pueris como esconder o celular para falar com uma namorada e dizer que não pode ficar sem o aparelho pois muita gente deseja saber sobre sua vida.

O pai segue no banco traseiro, parece estar com a perna quebrada, digo parece porque há vários momentos em que percebemos que ele parece usar isso como uma desculpa para não tomar a frente das decisões como acompanhar o filho mais velho, cuidar do mais novo ou dirigir o carro, limitando-se a explicar didaticamente como é a direção a cada saída do carro do lugar: liga, pisa na embreagem, use a seta …

Os sentimentos de dor, tristeza e despedida são revelados pelos olhos da mãe e pela conversa dela em diálogos curtos com o filho mais velho.

O sentimento é confuso porque quando começamos a entender que se trata de uma despedida, Panah Panahi nos conduz a momentos cômicos com as performances de dança ou cantoria do pequeno Rayan Sarlak.

O filme abusa dos planos longos e possui uma fotografia mais imersiva, com o distanciamento dos personagens e o mergulho na paisagem. Perto do final, essa escolha de filmagem não nos permite ver o rosto dos personagens, apenas acompanhar de longe a despedida e tristeza de uma família que chega ao seu ponto final. O deslocamento em busca de melhores condições de vida é contado em meio a risos, lágrimas e muita música.

Um filme supreendentemente bom e muito longe de ser só lágrimas.

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