
Enquanto eu escrevo a canção Downtown, uma das trilhas do filme, ainda toca bem lentamente na minha mente. Já faz alguns dias que vi ‘Noite passada em Soho’ e tinha dúvidas se tinha gostado ou não, bem… as dúvidas continuam aqui, então vou escrever mesmo assim.
Tinha muita expectativa para assistir durante a Mostra de Cinema em SP, mas não consegui ingressos (tamanha a disputa), depois ele ganhou uma matéria no Fantástico – o que não é parâmetro de qualidade, mas aumenta a hype, né? Pois bem, finalmente chegou aos cinemas no último 18 de novembro.

Edgar Wright nos apresenta um thriller psicótico com a coautoria de Krysty Wilson-Cairns para a adaptação no cinema, um acerto, visto que o filme aborda violência sexual.
O filme se divide em dois tempos e para cada um, apresenta uma personagem, mas o roteiro que une as duas é fraco. A estudante de moda Eloise (Thomasin Mckenzie) sai do interior para estudar moda em Londres. Sensitiva, ela logo começa a ter contato com Sandy (Anya Taylor-Joy), uma cantora dos anos 1960, década muito admirada pela estudante.

Se por um lado o filme exalta a beleza, fervor, jovialidade da Londres dos anos 1960, por outro ele a expõe com a maldade dos homens pelas mulheres daquela época e como eram exploradas para garantir diversão nas noites boêmias.
Anya Taylor Joy dá o nome – de novo – (será que ela escolhe as produções pelo figurino? se for, 10/10 pra ela) como personagem que vai da exuberância à decadência e ainda nos apresenta números musicais que mostram toda sua desenvoltura na dança e no canto – inclusive ela mesmo interpreta algumas canções. Outro destaque é a trilha sonora que embala as cenas do filme e nos conduz mesmo em momentos sombrios das duas personagens.
A fotografia é assinada pelo sul-coreano Chung Chung-hoon e invade as cenas de azul e vermelho, muita luz e espelhos e nos dá um constante aspecto onírico.

É a última meia hora ( quarenta minutos, talvez) do filme. É como se saísse dos trilhos, eles precisassem terminar, quisessem apresentar uma reviravolta surpreendente, mas ao fazerem isso invalidam toda a construção da última hora de filme.

Minha conclusão pessoal, certeira e que não mudou desde que vi o filme é que eu preciso muito de uma aula de dança e devo diminuir a quantidade de playlists dos anos 2000 e mergulhar mais profundamente em outras décadas, quem sabe nos anos 60…
...Não, não
Agora, relendo, conclui mais uma coisa: Noite passada em Soho é uma bonita viagem que não te leva a lugar algum.
AQUI A PLAYLIST ❤