King Richard: treinando campeãs

Demorei uns dias pensando para ver se não estava exagerando, se tiraria mesmo das mãos do Benedict para o Will Smith o prêmio de melhor atuação, felizmente não fiz isso, mas me sinto culpada de ter pensado.

Digo isso porque Will não traz muitas nuances ou performances incríveis ao interpretar Richard Williams, o homem forte, ousado e bastante determinado, assim como o polêmico pai das tenistas Vênus e Serena Williams.

O foco do longa é todo dele, em seu determinismo, medo e inclusive, no egoísmo. O que acontece é que o filme, como toda cinebiografia, sofre com recortes e nesse caso, passou demais a mão na cabeça do protagonista.

O roteiro é tão benéfico para o personagem que parece que tudo que ele faz, inclusive as grosserias com repórteres, falta de atenção com a família e excentricidades na escolha de como conduzir a carreira das filhas, pode ser aceitável e sua determinação pode encobrir.

Boa parte disso acaba sendo justificada pela sua necessidade de mostrar superioridade por ser negro e estar defendendo suas filhas e preservando a saúde mental delas, ainda adolescentes.

A caracterização é ótima, as cenas dramáticas são fracas e muito espaçadas, ao que parece, o diretor Reinaldo Marcus Green optou por longas tomadas em quadra, o que é bom, mesmo que o filme não foque no esporte.

Disponível na HBO Max desde o dia 7 de janeiro, o filme já rendeu o Globo de Ouro de Melhor Ator a Will Smith.

É um filme simpático, até inspirador, mas nada além disso.

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