Ele domina morcegos, mas não é Batman. Ele adora sangue, mas não é o Drácula. Ele é um anti-herói, mas não tanto.
Essa união de elementos já conhecidos misturada à apresentação inicial que tivemos, não favoreceu em nada para o Michael Morbius, novo longa da Sony.

O Michael Morbius (Jarede Leto) nasce com uma doença sanguínea rara que o impede de viver a infância como uma criança comum, brincando nas ruas e tendo vários amigos.
Sua inteligência abre portas e ele logo se torna um prestigiado doutor, um homem que busca a cura para si e todos que sofrem com de doenças congênitas e, entre seus muitos avanços, começa a fabricar sangue artificial para salvar vidas.

Mas, aquilo que viria para dar esperança e por fim ao sofrimento, acaba se tornando o inferno dele e o transforma em um vampiro.
Já conhecemos a história do homem de bom coração que começa com projetos sociais e humanitários ambiciosos, mas que ao longo do caminho o poder e ganância os corrompem.

É a partir daqui que começa o drama do filme e que o anti-herói do universo do Homem-Aranha, muda o caminho traçado e torna o longa em uma narrativa confusa sobre o personagem.
Vamos a uma rápida linha do tempo.
Nas primeiras cenas vemos um pequeno Morbius solitário, debilitado, porém generoso, o qual cria um forte laço de amizade com Milo (Matt Smith). Logo depois, ele se torna um ambicioso médico que une sangue de morcego e humano, pois deseja alcançar a todo custo a cura.
Em um terceiro ponto ele se torna um mostro, depois abandona isso e segue para um heroísmo dentro do seu universo, porém, não podemos esquecer que temos o prólogo que deixa tudo mais confuso, afinal ainda há uma passagem temporal de 25 anos.

Tudo muito fragmentado e sem profundidade, passeamos pelo drama, horror e cenas de lutas que menos críveis que os efeitos usados em velozes e furiosos. Além das mudanças comportamentais, temos a física também, em poucos instantes ele passa de um homem excessivamente pálido e frágil para o …JARED LETO.
Se por um lado se mostra confusa e cheia de ramificações do destino do personagem, por outro, parece estar aberta para várias melhorias no roteiro, diante da resposta do público.

Para que não passe despercebido, vale ressaltar que enquanto está obstinado a alcançar sucesso, fazendo vários testes em cobaias, Morbius está sempre acompanhado da enfermeira Madeleine (Adria Arjona) que transita muito bem e consegue dar o apoio emocional e amoroso ao protagonista.
Outro ponto positivo é o Milo (Matt Smith) que se esforça e performa muito bem, mas sem qualquer profundidade e motivação para seus atos. Não há qualquer explicação para o que acontece com ele, provando mais uma vez a problemática do roteiro.
Matt me lembrou Jim Carrey em O Máscara (1999) – algo ruim também, porque ver Leto perder o protagonismo dentro de um filme seu não era o esperado.

Entre os ganhos do filme estão ele ter pouco mais de 90 minutos, trazer duas cenas extras – que não empolgam, mas mostram os próximos passos dentro do Universo Homem-Aranha.
O novo filme da Sony chegou aos cinemas na quinta-feira (31) e seu único alarde foi pela desastrosa recepção do público nas plataformas de reviews, alcançando pouco mais de 20% de aceitação.
Vale a pena ver?
Assistir a Morbius é um exercício de altruísmo. Conseguimos ver muitas aberturas para trabalhar esse personagem, contabilizar os erros e saber o que vem por aí, somente isso.
Não acredito em falhas por parte do Jared Leto, mas por conta do roteiro que não diz para que Morbius veio, talvez seja isso que venha em um próximo filme, mas nesse… não deu mesmo.