Tudo em todo lugar ao mesmo tempo

Mas o que foi isso? Escrevo ainda na dúvida se consegui captar tudo de importante e principalmente – se consegui entender…

Mas assim como o filme, vamos por partes.

Evelyn (Michelle Yeoh) precisa salvar sua relação com o marido Waymond (Ke Huy) Quan e a filha, Joy (Stephanie Hsu).

Um dia ela e descobre ter poderes sobrenaturais que a levam ao multiverso, lá os personagens são praticamente os mesmos, mas sempre mais agressivos e seu objetivo é derrotar Jobu Tupaki, o problema é que seu vínculo emocional com esse ser ultrapassa todos os universos.

Evelyn, nossa protagonista, tem dificuldade de expressar sentimentos, de vencer a barreira da língua e se sente pequena, sendo a sua pior versão, em um casamento monótono, um negócio falido e sem perspectivas.

No meio de toda essa situação, passamos por diálogos cômicos, crises existenciais e autodescoberta que rendem cenas bizarras e expõem – com muita ironia – a vida e as escolhas humanas.

Gastei os primeiros minutos do longa sentindo o cansaço de Evelyn, que de forma agitada tenta dar conta de tudo e se sente sobrecarregada como a única a fazer tudo funcionar até que muda…

Bom, se você está curioso para saber como isso acontece, bem, eu devo te dizer que ao contrário de Dr. Estanho, que com alguns giros com as mãos acessa outros universos, Evelyn precisa recorrer a atitudes bizarras como matar mosca com nariz e fazer xixi nas calças para alcançar o próximo destino.

Mas sem qualquer preocupação com o entendimento do espectador eles começam
uma verdadeira bagunça em vários universos, recortes de cenas que se repetem com diferentes pessoas, uma montagem frenética e um ritmo acelerado.

Olha que perfeitaaaa

Sem dúvida, é um longa criativo, audacioso no qual os Daniels (Daniel Kwan e Daniel Scheinert ) desafiam a linha narrativa hollywoodiana de multiversos que já estamos acostumados. Difícil definir se é uma sátira da vida humana, uma comédia ácida, um filme de ação

Isso me lembra uma entrevista da Kira Muratova, na qual ela fala sobre quando grandes profissionais exploram sua versatilidade ao serem colocados diante de situações não convencionais, nisso, todos os atores conseguem entregar personagens divertidos e grotescos.

Voltando ao filme, acredito que no fundo, tudo parece ser uma grande viagem para mostrar o quanto somos pessoas perdidas, apenas correndo em círculos – formato que vemos desde o primeiro momento no filme – somos pequenos tentando sobreviver ao mundo cíclico e cheio de altos e baixos.

Pra concluir, é um filme ame ou odeie.
Pode ser profundamente inteligente, assim como absurdamente bobo.

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