Encontrei com Robert Eggers em A bruxa (2015), pouco depois assisti ao seu filme mais bonito e interessante (pra mim) – até agora- O farol (2020).
Foi esse segundo que me cativou para ir ao cinema e apreciar a chegada do seu terceiro e aguardado longa: O homem do norte.
Expectativa é um problema de quem tem, então eu tive que lidar com as minhas, mas claro que vou dividir aqui com você.
The Northman (título original) possui um roteiro de vingança. Quando criança, Amleth (Alexander Skarsgård) vê seu pai o rei Aurvandil (Ethan Hawke), ser assassinato pelo tio Fjölnir (Claes Bang) e jura vingança.
Ele foge sendo orientado por três premissas: vingar o pai, salvar a mãe e matar o tio. Até aqui nada de novo sob a face da terra.
Os anos se passam, mas esse desejo de vingança o impulsiona. Ele se torna um forte guerreiro.
Ao contrário dos filme anteriores, neste, Eggers parece querer fugir do terror psicológico, mas continua investindo na alucinação, mistura a força humana e o sobrenatural, explora rituais xamânicas e profecias que entrelaçam realidade e imaginação em um destino cruel e sombrio.
Não queria ficar devendo essa opinião por aqui, mas confesso que achei um filme frio, não tinha nada errado, mas que não cria empatia ou emociona.
A Nicole Kidman, que interpreta a mãe de Amleth, está com uma performance muito boa e a Anya Taylor Joy segue sendo incrível. As duas loiras, lindas e brancas também estão lá para dar o toque hollywood no longa.
Eggers se saiu muito bem na empreitada e conseguiu entregar um filme de mais de 2h com desfecho aceitável, sem cenas picotadas de lutas, muuuitos ritos, sangue, escravidão, referências a Odin e uma história que passa pelo poder, honra e vingança de um homem.
Se você nunca assistiu nada do diretor e gosta de filmes com essa temática medieval, vá lá. Agora se não é fã do diretor, não acompanha e nem gosta desse tipo de filme, é provável que ache longo e fantasioso.
Não é um filme ruim, mas provavelmente é o menos surpreende dos seus três longas.
AGRIDOCE 