
Existem filmes que marcam a nossa vida. Tardiamente, esse filme se tornou um desses pra mim.
O sonho da Olive (Abigail Breslin) é participar do concurso Pequena Miss Sunshine. Enquanto toda a família corre para que isso se realize, nós fazemos uma viagem pelos nossos próprios sentimentos.
Olive tem um núcleo familiar bem desestruturado. Ela é filha de Richard (Greg Kinnear), um coach frustrado que só acredita na vitória, e Sheryl (Toni Collete), a mãe que tenta conciliar e unir todos.
Para completar, Olive é irmã de Dwayne, um adolescente fez voto de silêncio até alcançar um sonho e odeia a família em que nasceu.
Tem também o adorável Edwin (Alan Arkin), o avô coreógrafo. Ele voltou para casa depois de ter sido expulso de uma casa de repouso por uso de drogas.

Pra fechar, Frank (Steve Carrell) é o irmão de Sheryl, um professor que tentou suicídio após ter sido deixado pelo namorado.
O que mais me impressiona em Olive é sua leveza diante de tudo isso, seu desprendimento, a capacidade de viver em meio ao caos e nem percebê-lo, parece imune.
Olive não está buscando sentido na vida, nem espera grandes respostas, tão pouco possui preocupações com o futuro, seus olhos veem o copo meio cheio, sempre.
A leveza dela contrasta com o peso da vida dos que a rodeiam em uma história cheia de pontos difíceis como frustração, vício, luto, depressão e homossexualidade.
O filme merecia muito mais reconhecimento. Ele traz reflexões e boas gargalhadas à bordo da kombi amarela.
A direção de Jonathan Dayton e Valerie Faris tornou uma trama simples em um filme memorável.
Tem dias que um filme é como um abraço. Pequena Miss Sunshine é um comovente ponto de luz que nos envolve e enche de bons sentimentos.
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Ainda resta pouco mais de 5 meses no ano.
Eu te desejo a coragem de seguir em frente e recomeçar o que for preciso ou mesmo, deixar para traz o que já não cabe, sem a preocupação com os outros, assim como a Olive.