Relacionamentos tendem a ser difíceis.
Não deveriam.

Em Sol, filme de Lô Politi, acompanhamos uma narrativa de ruptura em relacionamentos familiares.
Um dia o telefone de Théo (Rômulo Braga) toca, ele deve ir até o pai que se encontra em um hospital, entre a vida e a morte, precisando de um parente para assegurar os últimos cuidados. Théo não tem contato com o pai há mais de 30 anos.
Recém-separado, nosso protagonista estava há meses sem ver a filha Eduarda (Malu Landim), com quem está tentando retomar o relacionamento durante as férias da pequena. Partir para cuidar de um desconhecido não estava nos planos.

Após uma decisão difícil, ele parte para o interior da Bahia. Theodoro (Everaldo Pontes) melhora misteriosamente e agora, fragilizado, precisa de alguém para ampará-lo. O reencontro dos dois é regado a lembranças que surgem como flashbacks de uma infância feliz, nunca mostrando o motivo do distanciamento, além do constrangimento, ressentimento e claro, silêncios.

Engana-se quem pensa que a relação estremecida é apenas entre pai e filho. Enquanto assistimos, percebemos que Théo luta contra seu passado, toda a dor e questionamentos que ficaram, mas que repete na vida da sua filha o mesmo caminho que um dia o machucou.
Sensível, ‘Sol’ é uma road trip pelo interior da Bahia e pelas emoções de Théo enquanto conversa sobre pontos de rupturas entre pais e filhos.
Vale ressaltar que Lô Politi está terminando o longa ‘Meu Nome é Gal’ e que Rômulo Braga, cuja atuação foi vencedora no Festival do Rio em 2021.