
Chuva Negra chega nesta sexta, 24, aos streamings. A série faz parte da programação que celebra os 25 anos do Canal Brasil.
Serão dois episódios de 30 minutos por semana e estarão disponíveis tanto no Canal Brasil quanto na GloboPlay. A série chega na semana em que comemoramos o Dia Mundial da Síndrome da Down, data escolhida não por acaso.

Chuva Negra traz um dos primeiros protagonistas. O ator João interpreta Lucas, um dos personagens centrais da série, algo inédito no país.
Na história, os irmãos Zeca (Marcos Pitombo) e Vitor (Rafael Primot) precisam cuidar do irmão caçula Lucas (João Simões), um adolescente de 16 anos com Síndrome de Down, após a morte dos pais, interpretados por Julia Lemmertz e Zécarlos Machado. Para isto, terão a ajuda de Julie (Vanessa Giácomo), mulher de Vitor; Micha (Leona Jhovs), mulher trans acolhida pela mãe dos protagonistas; e Tia Yara (Denise Del Vecchio).

Além de todo o aspecto dramático dado a trama pela perda dos pais, relações amorosas se decompondo, há uma tensão presente no rosto de Nancy que só os 10 episódios da série podem nos revelar (pois ainda não foram liberados e eu não tenho como ir além), mas deixam claro que há muito mistério envolvido.
Há também o elemento fantástico que vemos desde os primeiros minutos e que dá nome à série, a chuva negra. Essencial para o desenvolvimento da história, ela atua como prenúncio de acontecimentos transformadores na vida dos personagens. Ela cai e muda vidas e olhares.

Rafael Primot fez um trabalho centrado nos personagens, eles são ricos em camadas de complexidade,mistério e reviravoltas, possuem um desenvolvimento coerente e chegam organicamente às histórias, todos se conectam sem parecer forçado.
Etarismo
Tanto Júlia Lemmertz quanto Denise Dell Vachia interpretam mulheres fortes, personagens que não conflitam com suas aparências ou experiências.

Nancy é a mãe de João, uma mulher com um longo casamento, é gentil, maleável e sempre faz as coisas para tornar a família mais equilibrada, mas que esconde desejos e oculta seus mais profundos sentimentos em relação ao cansaço da vida que leva, enquanto sua irmã, Yara, é mais conservadora e impositiva, gosta das coisas de um jeito e deseja que todos a acompanhem, mesmo que isso gere conflitos.
Todo o cuidado torna a série mais próxima da realidade cotidiana, dos conflitos diários familiares.
A história vai tomando novos rumos e se tornando mais diversa e com camadas para abordar sobre a complexidade de cada família, dos afetos e expondo que a sinceridade entre pessoas que não envelhece.

Inspiração
Rafael Primot, diretor, roteirista e um dos protagonistas da trama, revelou que uma das suas maiores inspirações para a série foi o filme ‘O oitavo dia’ (1966), mas o desejo de realizar o projeto ficou engavetado.